"Porque o perfeito não é impecável. A perfeição está na forma como toda a imperfeição se harmoniza."

Pesquisar este blog

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Facultativo

Sobre o riso que mesmo só na aparência,
mesmo que vindo do mais ridículo
senso de pudor, mesmo que impuro, infeliz.
Sobre o riso o olhar desmonta a tentativa,
transforma o que é falso, transparece a sensação;
mesmo sendo demasiado óbvio
o olhar corre sozinho, busca sozinho
demonstrar a verdade antagônica ao que é preciso.

Eu não preciso de verdade, não preciso da verdade;
preciso do teu maior e menor esforço,
preciso apenas do que é preciso,
do que, mesmo sendo reflexo do opróbrio,
é, na verdade, tudo o que é preciso.

Sobre o medo, a atenção;
sobre o muito se importar.
Sobre ter o que preciso ter e não perguntar,
não perguntar se é preciso;
sobre o caminhar existe o pesar?
Sobre o demonstrar existe o ser?

Quando vejo o teu semblante, quando sinto,
quando vejo o que apresenta.
Quando os opostos cruciais mostram as faces
nos espaços que estão sempre vazios;
vazios sim, porque são lacunas arbitrárias.

Sobre o riso que, mesmo só na aparência,
é o que é, não por ser, mas por ser preciso.





Nenhum comentário:

Postar um comentário