"Porque o perfeito não é impecável. A perfeição está na forma como toda a imperfeição se harmoniza."

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segunda-feira, 11 de julho de 2011

Sabe, era assim...

Só para constar... 

É protecionismo ou moda? Nem sei... Só sei que virou isso aí.
O mundo ficou perigoso demais, e a saída foi inventar outro mundo.

Jogar bola era uma ótima alternativa. Os meninos brigavam, brincavam. 
Sujavam toda a roupa e deixavam suas mães loucas.
Existiam grupos distintos: meninas e meninos. Havia disputa por meninas e por meninos.
Havia disputa entre meninas e meninos.
Era um ótimo jeito de começar, de lançar a mente em formação num espaço de aprendizado mútuo. Importante.
A escola era a continuação. Era ótimo. Na verdade, a escola estava fora da escola.

Então, se aprendia de tudo...
Cair, levantar. 
Chorar, apanhar.
Correr, arriscar.
Chorar, apanhar.
Sorrir, realizar.
Chorar e apanhar.

Sabe, era assim... Mas, o que nós temos agora?
Vamos lá, analisemos.

Em parte culpa da violência, em parte culpa dos pais. As crianças estão ficando extremamente... Aluadas.
Como não podem sair de casa e viver, montam uma vida em cima de jogos eletrônicos. E a palavra vida não é um exagero. 
Quando não, passam a maior parte do tempo em sites de relacionamento, bate-papo e redes sociais.
Então, toda a experiência não vai passar da tela do computador.
Elas não vão cair. Não vão analisar feições, sentir a luz do sol, ouvir o grito da vizinha furiosa. 
Vão sentir dor de cabeça, analisar a fonte dos textos e ouvir os barulhinhos dos winks?

É complicado. Mas a fantasia é uma saída quando não se tem vida.
Como conseguir moldar o senso crítico de um cidadão que não "vive"?
Existe um curso de "vida" disponível em pdf?

Pois é, só me resta lamentar...

domingo, 10 de julho de 2011

Menininha


"Será que você vai saber o quanto penso em você com o meu coração?" (Vamos fazer um filme - Legião Urbana)

Nós só deixamos a vida seguir, não é mesmo?

O incrível...
  ... resultado das...
     .... escolhas!

Ai, ai... Quanta melancolia. Nós sabemos muito bem o que escolhemos, para que escolhemos.
E nós escolhemos assim...

Você acha mesmo que eu não consigo enxergar nesses seus olhos expressivos, o que de real salta nas suas brincadeiras? Ou acha que eu sou tão imbecil a ponto de não saber o que você quer?
O mais interessante nisso tudo, é que eu sempre quis o mesmo que você, menina.
Entretanto, você sabe bem como eu sou meio louco. Ao invés de fazer disso uma bela história pra nós dois, transformo num jogo pra mim....

E quanto tempo nós desperdiçamos... Será que ainda estamos a desperdiçar tempo?
Sinceramente, acho que ainda vamos nos arrepender...
Eu, de ter brincado e fechado as passagens com jogos.
Você, de não ter sido direta quando deveria.

Sabe menina, eu amo você. Posso dizer isso sem medo.
Porque eu te conheço, e mesmo sabendo das coisas que você já fez, continuo a ter um apreço enorme por ti...

"Menininha do meu coração, eu só quero você a três palmos do chão..." (Valsa para uma menininha - Toquinho)

"Eu só olhava pra você. Era mais forte do que eu.
Eu me prendi, você me prendeu.
Nunca soube enxergar isso. Nunca quis enxergar isso.
Olhe só pra nós dois. Olhe o que a vida fez.
Eu te amo, menina, você sabe.
Deixe-me saber também."

Somos de verdade. Fora dos sonhos e aspirações óbvias, somos reais. Temos medos, insegurança. Eu nunca vou te culpar, linda. Muito menos a mim.  Só quero que não saia da minha vida, não deixe de ser a minha menina, aquela que vai me procurar na hora da dificuldade, que vai me mostrar o que sempre poderia ter sido... Nós.

sábado, 9 de julho de 2011

Impertinente


Porque tudo está moldado em conceitos torpes.
Pelo menos, é o que eu acho...

                      "Até onde você iria por outra pessoa?"
                                 "O que você faria por ela?"
                "Quanto de você sacrificaria?"

Nada se faz por essência. Eu procuro incessantemente. Eu sacrifico amizades. Eu perco pessoas por querer encontrar a essência.

Não é que eu não ligue. Simplesmente, lamento. Lamento muito.
Mas o que eu posso fazer? Eu tenho um objetivo.

Vou continuar apostando.
 Vou continuar perdendo.
  Vou continuar cogitando.
   Até que eu encontre.

Vou continuar sozinho.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Amigo




Eu ainda falei sobre, ou tentei falar....

Você simplesmente riu. E eu simplesmente ignorei o fato. Irreversível.
Você, meu amigo, tornou-se o padrão. O padrão do que é ser amigo. É bem triste e paradoxal...
Eu tentei acreditar, juro que tentei. Mas estava tão óbvio, amigo. É tudo muito óbvio, horrível...

Amigo, eu não esqueci. Eu permaneço no tempo em que a sua companhia era mais. Mais do que estar ali.
Você chorou ao meu lado. Eu me lembro bem. Você tomou minhas dores, você viveu minhas dores.
Eu tentei chorar ao seu lado. Eu me lembro bem. Eu tomei suas dores, mas você não me deixou vivê-las.
E hoje, o que resta? Algumas fotos, lembranças de um falso sentimento? Restam muitas coisas...

A falta de reciprocidade foi crucial, amigo. É crucial. 
Hoje, eu não sou tão passional, eu mudei. O mundo me mudou. Conseguiu.
Hoje não sinto falta da sua companhia. Não sinto falta de você.
O mundo conseguiu, amigo. Mudou-me.

Sei que nada disso vai te afetar. Sei que nada disso tem relevância.
Só quero que você fique sabendo de uma coisa:
Amigo, mais do que qualquer grande lembrança, presente ou ato de amizade, você me proporcionou a maior lição que eu poderia ter. Você me ensinou que eu não tenho amigos.
Por isso, obrigado, amigo.

Sobejos

Fraco e cansado, ainda estou aqui. Eu teimo em sobreviver, enquanto meus conceitos e minhas vontades se tornam nada perante a grande e massiva onda de um anti-altruísmo sem precedentes. A vida era mais, pobres criaturas, a vida era muito mais...


Onde estão seus valores? Onde está a sua vontade de viver?


Garoto, é mais do que isso, acredite em mim. 


A minha alma chora, lamenta ao ver tudo isso... Eu vivo de sobejos.
São sobejos de um mundo bom, restos de valores.


"Eu confiei em você, gostei de você, até ajudei. Quem é você?"
Todos correm em direção ao vento, correm atrás do vento... É tão difícil assim de enxergar?
É sim...
Mais do que bens e dinheiro, existem coisas que vão além de tudo isso. 
Mas é tão triste ver como nenhuma dessas coisas têm importância.


"Vocês todos acham mesmo que isso tudo é perda de tempo? É, eu também acho. E o que me faz guardar tantos conceitos ditos "ultrapassados"? Eu não sei, não sei mesmo. Só me deixe expressar a minha revolta contra os robôs programados para passar por cima de todos..."


Alguma coisa ainda toca o seu coração? O quê?
Você acha que só existe o seu mundo? Está enganado, amigo.
São vários mundos. São milhões e milhões de mundos.
Criar valores para o seu mundinho hermético se achando o dono do pedaço...
Olhe em volta, por favor. Eu imploro, olhe em volta.
Tudo ficaria bem mais simples se você conseguisse se colocar no lugar das outras pessoas.
Mas não dá, não é mesmo? Você não consegue? Tente. Mais uma vez. 
No que adiantará sentir-se tocado com qualquer coisa aqui escrita? 
Quando você desligar o computador, vai voltar a ser o mesmo. Monstro.
Olhe em volta, por favor, Eu imploro, olhe em volta.
Quem está aí? Seus filhos? Esposa? Ninguém?
Não estou falando do espaço no qual você se encontra, querido.
Estou falando do seu espaço. Não entende?
"Criar valores para o seu mundinho hermético se achando o dono do pedaço..."
Não entende?
     "São vários mundos. São milhões e milhões de mundos...."
Ainda não?
            "Quando você desligar o computador, vai voltar a ser o mesmo..."
Calma. Fique calmo. 
Eu acredito em você... Você é quem não acredita em si mesmo.


Entenda, por favor, entenda.
A vida é mais. 
Mais do que isso aí.
Você não está no comando, nunca vai estar...
Você não enxerga que, mais do que qualquer mendigo, só se alimenta de sobejos...