"Porque o perfeito não é impecável. A perfeição está na forma como toda a imperfeição se harmoniza."

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sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Amanhã

Amanhã revirava-se e rasgava-se como se fosse se, mesmo sem ser;
amanhã, mesmo sendo como se fosse o que foi do que poderia ser.
E sempre, sempre amanhã.
Não é hoje, pois mesmo o hoje se revirava. 
E a minha alegria, nem foi, nem era... Mas pôde ser.
Porque por mais que eu tenha, sempre me escapa;
e por mais que eu tente ter sido
sempre serei dele, por ele, oriundo e predisposto.

Ontem não vi, não escrevi nem revelei.
Contudo, poderia ter sido. Poderia ter tido.
Eu sou, pois não poderia ter passado sem ser,
nem seria sem ser.
Ontem, mesmo sendo vago, obscuro.
Não mudo, antes sou;
e o sempre, por ser tão simples,
é o que eu sou, dele, por ele,
tão vago quanto vago pode ser
o que sequer existe.

E hoje, é todo o conjunto.
Hoje é tudo o que sempre parece não ser;
mesmo partindo do que será ou voltando do mesmo,
saindo do que foi e, sem parar,
nunca sabendo se o tempo vai parar.
Mas, e o tempo, aonde foi?
Fugiu com o que de noção havia 
no que nunca pode ser, mas sempre será,
enquanto ser. Enquanto é.

  

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